sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

12/02/2010, 8h da manhã

Brasília. Nasci em Brasília. A cada dia essa cidade se torna algo novo. Sempre aprendi a amar Brasília, cidade sempre agradável. Apesar, quanto mais aprendi sobre sua história e percebi sua conjuntura, mais aprendi a odiá-la. Uma cidade que desde a vila IAPI e a Cidade Livre aprendeu a expulsar sua verdadeira população e acolher a nobreza do país. Enfim. Mil são as razões para rejeitar Brasília, assim como mil são para amá-la, ou pelo menos seu possível futuro. Aliás, impossível. Inspiradamente utópico. É alvorada. Gritos de samba urgem da praça. São três poderes em época de carnaval. A polícia militar está presente assim como a federal. Vagabundos amanhacem na praça como de usual. Estamos na praça dos três poderes, vemos o Congresso Federal, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto em obras. Há algo de diferente, desta vez os vagabundos estão metros mais perto de uma das instâncias super poderosas. A praça dos três poderes sempre foi um dos principais locais de aglomeração para boêmios brasilienses, em busca de  um fim de noite, um lugar de paz e liberdade. É comum ver pequenas rodas de candangos com violas e vinhos por todos os lados, culminando em uma grande tocha, local de devaneios, de diferentes histórias. Dessa vez, os boêmios amanhecem nas rampas do Superior Tribunal Federal, é virada do dia 12 de fevereiro. Uma sexta-feira de carnaval, primeira da década. Eles comemoram. Estranhamente são poucos. Há algo incomum na vadiagem. Na madrugada som rupestre, de raíz. Na manhã, molejo diferente. Ando em direção aos ministérios. Em cada lado das avenidas existem fileiras de prédios uniformes, acompanhados por calçadas repletas de trabalhadores. Parecem alheios a tanta comemoração, rumo ao trabalho, contando as horas finais para o feriado próximo, o mais importante do país. Dizem que para o Brasil, o ano só começa depois do carnaval. Pelo menos para o DF, apesar  de mínima mudança, pode-se dizer que há algo de diferente. Vejo ao meu redor elementos que envolvem todas as minhas angústias. Inúmeros são os carros, sendo maioria com apenas um motorista. São pelo menos seis faixas para carros, nenhuma para transporte alternativo. Nesse horários poucos são os carros de autoridades, principalmente perto do fim de semana, mas normalmente pode-se dizer que são as ruas com maior incidência de corrupção do Brasil, prefiro dizer, do mundo. Do outro lado das avenidas, através da esplanada, existem barracas de lona preta. Chutariam Sem-Terra, se não fossem pelos adereços indígenas. Estão em frente ao Ministério da Justiça.Engraçado quando conhecemos o mundo além da mídia. Nos faz perceber que às vezes quando sabemos de tudo, algumas coisas simplesmente "fogem" a nossa percepção. Vou rumo ao meu último dia de trabalho, épico. Melhor impossível. Finalmente estou liberto. Sentirei falta das pessoas que conheci, assim como sinto falta daquelas que ainda devo conhecer. Entro no Ministério. Não lembro de ter entrado tão cedo. As pessoas parecem normalmente felizes. São todas servidoras, funcionarias. Chego ao quinto andar, do ministro. Apenas se fazem presentes funcionários mais simples. Nas TVs aparecem relatos midiaticamente memoráveis do dia anterior. Na minha cabeça as coisas andam meio confusas. Parece que a ficha não caiu. Comemoremos enquanto podemos, rico não fica muito tempo na piramba. Dou uma última olhada no que me aparece na tela do computador. Parece que existe algo de diferente. Uma excitação interior. Quero gritar, explodir. Não pela queda de um ou outro. Pela licergia que há em mim. Pelo fato de aquilo que um dia se mostrou impossível, hoje se torna passado, e simplesmente por vermos que esse é apenas o primeiro passo de um ininterrupta jornada. Nada e tudo foi conquistado. Dizem que, durante a madrugada, esperávamos  o julgamento do habeas corpus, para mim foi apenas mais uma celebração, uma das melhoras. Do nosso poder. Do dizer não. De descontruir. Sim, descontruir, sem construir. Pois se fosse diferente, seríamos os mesmos, apenas mudaria a sigla. Hoje o céu mais uma vez se mostra inesperado. A luz do sol se espreme no entre nuvens. Característico de lugar nenhum, há um aspecto de calor e temperatura agradável. Ao mesmo tempo, uma chuva ameaça, apesar de notoriamente só descarregar sua vontade no fim da tarde. Gostaria que caísse, para lavar a alma. De um lado há um prédio dividido em dois, cercados por dois pratos. Inúmeros são os órgãos federais em volta. No outro extremo vejo uma melancólica rodoviária. Uma torre de ferro. Poucas pessoas, considerando que se trata da capital de um dos países mais populosos. Muito verde, de maioria não nativo.
Hoje o jornal diz: Arruda dorme preso.
Amanhã ele está solto. Foda-se. Comemoremos que ontem me deleitei com  meus pares em um prédio público, na maior das liberdades, enquanto este sujeito estava onde estava. Nem metade do que merecia. Segundo uma senhora do trampo o mínimo era a forca. Concordo em gênero, número e grau. Saboreio a perspectiva de minha liberdade e de seu aprisionamento. Não me refiro a uma prisão física. É sabido que ele não estava em uma verdadeira prisão, nada comparado ao que companheiros afetados por males sociais e que causaram males infinitamente menores ainda são submetidos a aguentar. Na verdade, se percebe que o que ocorreu foi uma piada. Apesar disso, imagino como deve andar sua consciência. Sou livre. Ele não. Sou livre de bens, de pensamentos, para a existência. A prisão que está submetido é aterradora. O limita. Existe uma pequena jaula ao redor de seu pequeno cérebro. Imagino que deve estar comendo suas próprias entranhas, delineando ações políticas. Remoendo estratégias de coerção que dependendo de execução poderiam ter sido perfeitamente factíveis e despercebidas. Projetando novas, estas infalíveis. Talvez o sejam, provavalmente não. Encrustadas em seu âmago. Aí encontro minha felicidade. Assim como encontro embasamento póstumo aos devaneios da noite passada, a expressão da liberdade ao extremo. Em descompasso com atividades políticas, apenas expressamos o desapego e a leveza característiva de nossa geração. O repúdio a qualquer coisa relacionada a construção politicada de estruturas legais e hierarquicas. Foda-se o passado, o futuro, todos serão os mesmos. Exploremos ao máximos cada segundo, cada vivência. Estes serão eternos. Brasília, outros 50?

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A cada dia ter um diferente e novo sol

"Tantas pessoas vivem infelizes e ainda decidem não tomar iniciativa para mudar sua situação porque estão condicionados a uma vida de segurança, conformidade, e conservadorismo, tudo o que parece dar paz de espírito, mas a realidade é que nada é mais perigoso para o espírito aventureiro dentro de nós, que um futuro seguro. O núcleo básico do espírito do homem é sua paixão por aventura. A alegria da vida vem dos encontros com novas experiências, e portanto não há maior alegria do que ter uma infinita mudança de horizonte, do que cada dia ter um diferente e novo
sol."
Christopher McCandless
Acabei de ler o livro de Jon Krakauer, alpinista, carpinteiro nas horas vagas (para sustentar sua fome de montanha) e escritor. Vi por acaso o filme Na Natureza Selvagem uns meses atrás com minha irmã. O melhor filme que rola. Um filme que faz você repensar muitas coisas de nossa  sociedade moderna, as construções sociais, a "evolução" humana  e me faz relembrar de devaneios e sonhos que sempre tive e tomei por loucura - como ir do Brasil ao Canadá por terra - quem sabe rola? hehehe. O livro é melhor ainda, não sei se ler antes do filme teria sido melhor, mas acredito que não. O filme toma uma crescente, desde da formatura de Christopher Mccandless até sua jornada de 2 anos pelo Oeste Americano, inclusive chegando ao México, até sua grande aventura alasquiana. Foi dirigido por Sean Penn e a trilha sonoro é toda de Eddie Vedder, que aliás é muuito boa.
Krakauer escrevia para a famosa revista Outsider que cobre essencialmente acontecimento de montanhismo e outros esportes de natureza. Quando o corpo de Alexander Supertramp, nome pelo qual Chris ficou conhecido em suas andanças, foi encontrado no ônibus 142 muito se buscou sobre sua verdadeira identidade e história.

"Por dois anos ele caminha pela Terra. Sem telefone, sem piscina, sem animais de estimação, sem cigarros. Liberdade suprema. Um extremista. Um viajante estético cuja casa é a estrada. Escapou de Atlanta. Embora não mais deverá voltar, porque 'o oeste é o melhor.' E agora após dois anos de divagação vem a final e maior aventura. A batalha climática para matar o falso ser dentro de mim e vitoriosamente concluir a peregrinação espiritual. Dez dias e noites de carona o trazem para o Grande Norte Branco. Para não mais ser envenenado pelas moscas da civilização, e caminha sozinho sobre a terra para se tornar perdido na natureza selvagem." Alexander SuperTramp - Maio 1992
 
ônibus 142, Fairbanks - Alasca
 
Auto-retrato no 142

Já o livro partiu basicamente do artigo escrito por Jon para a revista sobre o que havia descoberto em conjunto com autoridades americanas. Gostei muito, porque depois de rever o filme várias vezes queria entender mais sobre a história, sobre as pessoas que Chris encontrou. O livro saciou minha sede, já que traz inúmeras histórias, não só sobre o passado de Chris, mas também relatos mais completos, a jornada na busca das peças do quebra-cabeça de suas andanças, além do próprio alvoroço que sua morte por inanição causou.
 
Alce que abatera
Dia 43: ALCE! 
Dia 48: Já aparecem vermes. Defumação parece ineficaz. Eu não sei, parece um desastre. Gostaria que nunca tivesse atirado no alce. Uma das maiores tragédias da minha vida!
Dia 69: Choveu muito, rio parece impossível. Sozinho, assustado.
Dia 74: Alimento terminando. Rápido.
Dia 78: Errei um lobo. Comi sementes de batata e frutinhas.
Dia 94: Pica-pau. Névoa. Estremamente fraco. Falta de semenste de batata.
Dificuldade de ficar em pé. Morrendo de fome. Grande perigo.
Dia 100: A morte chega como grande ameaça, muito fraco para sair, estou literamente preso na natureza - sem jogo.
Dia 104: Errei urso.
105: Cinco esquilos. Caribou.
Escritos de seu diário pessoal.

Cópia do recado encontrado na porta do ônibus

 
Sua última foto, desnutrido e segurando sua mensagem de despedida, citada abaixo

 
 Placa memorial instalada no ônibus 142 por sua família

Na verdade, gostei muito do estilo literário de Krakauer, alpinista que já havia ouvido falar... em alguns capítulos faz paralelo com outras pessoas que decidiram renunciar a sociedade e viver na estrada, da natureza. Tem um rapaz especificamente que me inspirou muito, Everett Ruess. Nascido em 1914, foi morar em cânions antes habitados por índios norte-americanos. Desapareceu e, semelhante à história de Chris, inúmeras foram as tentativas de descobrir seu paradeiro e sua história, mas dessa vez com menos sucesso já que seu corpo nunca foi encontrado. Um cara escreveu um livro sobre ele, quero muito ler, Everett Ruess: A vagabond for Beauty. Alguns acham que foi assassinado, outros que caiu nas profundezas de um cânions próximo ao seu acampamento, outros que morreu afogado. Há quem acredite que ainda esteja vivo e casado com um novo nome, rindo de todos nós.

"Em relação a quando visitarei a civilização, acho que não será em breve. Ainda não me cansei da natureza; pelo contrário, deleito-me cada vez mais com a sua beleza e com a vida errante que levo. Prefiro a sela ao carro e o céu salpicado de estrelas a um teto, prefiro a trilha obscura e difícil, levando ao desconhecido, a qualquer auto-estrada e a paz profunda do deserto ao descontentamento gerado pelas cidades. Censuras-me por ficar aqui, no lugar onde sei que pertenço e onde me sinto uno com o mundo à minha volta?

É verdade que sinto falta de companhia inteligente, mas há tão poucos com quem possa compartilhar as coisas que significam tanto para mim que aprendi a me conter. É-me suficiente estar cercado de beleza.

Mesmo com base na tua breve descrição, sei que não conseguiria suportar a rotina e o tédio da vida que és forçado a levar. Acho que nunca conseguirei fixar residência. Agora que conheço as profundezas da vida preferiria qualquer coisa a um anticlímax.
Digam que passei fome, que andei perdido, estoirado,
que fiquei cego e queimado pelo sol do deserto,
que andei com os pés doridos, cheio de sede,
com doenças estranhas, sozinho, molhado e cheio de frio,
mas que vivi o meu sonho!"
Última carta de Everett Ruess, ao seu irmão Waldo.
 
Everett Ruess 

"Fui para os bosques porque desejava deliberadamente viver, enfrentar apenas os fatos essenciais da vida, e ver se poderia aprender o que tem para ensinar, e não, quando vier a morrer, descobrir não ter vivido. Eu queria viver profundamente e sugar todo tutano da vida..."
Trecho de Walden, livro de Henry David Thoureau, encontrado com o corpo de Supertramp.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

FORA NOROESTE! ABAIXO A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA!

      Surtadinho tá na área, virou colunista do blog hehehe, mas enquanto ele não dá as caras vai aí um vídeo sobre o movimento contra o mais novo bairro de alta renda de Brasília. Falando em putaria, hoje vai ter movimento na câmara, já que além das ameaças de cada deputado da base arrudense ter recebido 420mil por voto no Plano Diretor de Ordenamento Territorial, agora surge a denúncia de que cada um recebe 4 milhões para impedir o impeachment do governador e Paulo Octávio, o dono da cidade.
O PDOT preve o Noroeste, que destrói uma das últimas grandes áreas de cerrado do DF, ameaça expulsar sua única comunidade indígena, além de ser um projeto que apresenta inúmeros problemas urbanísticos e causará problemas de assoreamento das águas da área.


"Um grupo formado por estudantes, ambientalistas e militantes de movimentos sociais realizou na segunda (18) um protesto contra a construção do novo bairro de alto luxo de Brasília, o Setor Noroeste [Faroeste]. A concentração dos manifestantes começou às 11h em frente à central de vendas do Setor Noroeste, na 208 norte. Por volta de meio dia havia cerca de 50 pessoas na manifestação. Um grupo de ativistas trouxe algumas sacolas de refugo de uma feira próxima. Às 12h 30 os vegetais podres e os ovos começaram a voar contra as paredes do luxuoso stand de vendas. Faixas que anunciavam apartamentos no novo bairro foram recolhidas pela cidade e queimadas em frente ao stand.

Um pouco antes das 13h, o grupo se dirigiu em carreata ao canteiro de obras do Setor Noroeste. Lá, os manifestantes se dividiram em grupos e pararam várias das máquinas que faziam o trabalho de devastar a área de cerrado virgem da Reserva do Bananal. Dentro da área da reserva, existem 58 hectares que são considerados legalmente como zonas intangíveis, ou seja, que não poderiam sofrer qualquer tipo de alteração. Quatro desses 58 hectares já foram devastados, apesar da decisão da Justiça Federal, no dia 24/11 de 2009 de que todas as intervenções da Terracap na área da Reserva fossem suspensas. A empresa Basevi, que executou a destruição, foi multada em apenas 250 mil reais.

A destruição do cerrado na área do Setor Noroeste trará graves problemas para o abastecimento de água em Brasília. A impermeabilização do solo, por conta das construções, prejudicará a função da área de recarga de um aqüífero que existe ali sob o solo. Além disso, o bairro acabará por sobrecarregar as estações de tratamento de esgoto, (ETEs) que atualmente desembocam no Lago Paranoá, sustenta a bióloga e ambientalista Denise Paiva, presente no protesto. Ambientalistas apontam ainda que a remoção da cobertura vegetal contribuirá para o aumento do processo de assoreamento da Bacia Hidrográfica do rio Paranoá.

Além dos impactos ambientais e urbanísticos (como a piora do trânsito em toda a Asa Norte), a construção do Noroeste pressiona as etnias indígenas que ali vivem em torno no Santuário dos Pajés, local considerado sagrado por eles. O cacique Korubo, considerado uma liderança espiritual do Santuário, passou nove meses desaparecido, fugindo das ameaças de morte feitas por pistoleiros, que segundo ele, eram contratados pela Terracap. Korubo voltou ao santuário apenas no dia 4 de janeiro de 2010. A casa do índio Towê, próxima ao Santuário, foi alvo de um incêndio (apontado por laudo da PF como criminoso) no dia 30 de março de 2009."

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Revele o OM

       Nesse momento a CPI da pizza está acontecendo lá na casa do espanto, galera tá lá crowdiando lá jogando bosta na entrada. Infelizmente to aqui no trampo... mas mais tarde tem mais. Aliás, carnaval vai ser irado vai rolar o bloco FORA ARRUDA E TODA MÁFIA, vou estar na ala do Massacre do Buriti, onde as bikes vão se fantasiar de cavalaria pra bater na galera hehehe.
Mas esse post é sobre o reveillon - ou Revele o OM - que foi massa mor. Não teve nenhuma foto, mas assim também é legal, tá tudo na memória.
        Depois de inúmeros problemas pós-natal, íamos eu, Colela, Ingrede, Peixão e Surtado para a chapada no dia 31 de 2009. Infelizmente de última hora o casal não pode ir, então o mr. Anderson tomou a vaga. Muito engraçado, os cara não fragaram que a gente ia ficar vários dias... só eu levei barraca e um cobertor e ainda achava que estava mal. Passamos na casa do Surtado pra ele pegar a barraca quebrada dele e uma cachaça maravilhosa que a Tchellinha deu pra ele. Ninguém tinha colchão, cobertor (salvo EUxceções), travesseiro, dignidade e o dinheiro ainda estava curto. No caminho cerva e cachaça (menos pro Peixão motora), resolvemos esbanjar, afinal era ano novo. Pra compensar concordamos em não gastar nenhum centavo para dormir. Ainda não sabíamos pra onde estavamos indo, só Chapada dos Veadeiros. Procurei saber sobre como estavam as cidades, parece que em Alto Paraíso o esquema ia ser yoga, meditação e conexão com o espírito superior, num esquema bem alternativo tiozão dos UFO e como não estávamos nesse clima era São Jorge ou Cavalca.  No caminho a cerva acabou e paramos em São João D'aliança pra comprar mais. Perguntei pra umas mina pra onde elas iam, falaram que o evento era em São Jorge, já Cavacante estava mais parado. Beleza então, fomos pra San Jorge Protector.
       Chegando lá só alegria, eram 19h, fizemos a reza de Exú para que tudo desse certo. Deu! Hehehe. Analisamos o perímetro para ver onde era melhor acampar, decidimos que iríamos acampar na rua de trás dos Campings, dava pra ficar curtindo o som deles e ainda trocar idéia com as mina que saíam do camping hehehe, zoa. Quando a gente tava tomando cerva no Pelé, encontramos mó galera, o BiBih, Caetano, Diguim, Unicórnio e Carlinha que a gente conhecia. Estavam ainda com Ugo, Iago, Juju e Catalas que iríam virar brothermór em pouco tempo. Eles estavam ficando em uma casa abandonada em Cavalca, no terreno do tio do Ugo, isso já há uma semana. Beleza, cada galera foi pra um canto. Nos enfiamos no mato pra curtir a natureza, ficamos trocando idéias memoráiveis pelas ruas, além de curtir um Steel Pulse na frente de um barzinho lá por perto. Pelas 23h resolvemos pegar uma rua e ir andando, quando vimos estávamos na rua que vem de Alto e vai para a Raízama. Sentamos na pista com nossos vinhos, cada hora que passava um carro, um de nós dava uma de flanelinha e indicava o desvio, sempre acompanhado de um FELIZ ANO NOVO! Com certeza fizemos a noite da galera, tava muito engraçado. A gente desceu a rua pra comprar mais vinho e/ou pegar a cachaça no carro. Quando chegamos lá tava pra virar a noite e a gente nem tinha fragado. Sentamos num meio-fio para fazer a última homenagem a Exú, grande abridor de portas! Alías, desde que fui na Umbanda, o Exú pediu para toda vez que for beber jogar algo pra ele. E assim tenho feito e muita coisa boa tem acontecido, então não pretendo mudar essa prática tão cedo. Beleza, virou o ano tudo massa. Ah, os coroa do Surtado deram pra ele um Champagne, que eu desperdicei na cabeça da galera, como sempre faço, e deixei ele puto. Hahaha, mas é isso aí, viva o desperdício! Em meio a vários abraços, passou uma senhora com sua família. Ela veio ao nosso encontro e abençoou todos, momento muito legal. Depois um senhor veio falar que ela era a matriarca da família, que bom que ela gostou de nós! Heheheh. Depois de insanos momentos, descobri que meu tio tava na cidade pelas tiazonas que ele sempre anda... mas nem achei ele. Daí saímos do crowds e fomos pro outro lado da cidade. Tava rolando um show mais ou menos, mas cheinho. Não tava pro nosso gosto. Subimos pra sentar na rua de novo e curtir as estrelas ao vinho. Massa demais. Resolvemos descer pra ouvir um pouco, já que tocavam algumas coisas boas como Chich Science... Saindo de lá, passamos num prediozinho da prefeitura, do lado do show. As ruas estavam lotadas. Subi um degrau pra ler do que era a casinha, que aliás nem consegui descobri pelo seguinte. Surtado subiu numa árvore e começou a fazer graça. Nada demais, do nada uma viatura de gambé, alías a única da cidade, sem nada pra fazer e puta por estar trabalhando na virada, resolve implicar com o moleque. Do nada deram um cavalinho de pau e saíram com armas na mão: Os 3 mão na cabeça! Mão na cabeça rapá! Tomei um susto, foi muito do nada. Zela mór esses cara. E o mais engraçado, eu tava a 2 metros deles e não tomei bacu. HEIAUEH. Totalmente sem sentido. Eu ainda levantei as mãos e tal e eles nada... aí desisti hehehe, quando perceberam a merda, perguntaram: Tem droga nessa pochete aí? Aí eu: Não, quer olhar? Aí tirei e ofereci pra eles. Ele: Não. AHEIUHAIEUHAIUE. Bixo loco. Isso que olharam até dentro da meia do Surtado. Aí foram embora com cara de bunda. Totalmente hilário. Saímos fora e nessa muvuca perdemos a cachaça! Muito palha. Encontramos com os 9 e combinamos de ir pra festa da Raízama. Aí lembramos da cachaça! Foi uma odisséia achá-la, mas no fim das contas tava onde a gente tomou o bacu, vazia. Ou os gambé derrubaram e a gente não viu ou alguém bebeu. Pelo menos achamos a garrafa. Beleza. Fomos pra Raízama, trancezinha e tal na cachu. Legal, mas não foi o ápice da ano novo. Muito cansativa aquela barulheira, nem rola de trocar uma idéia. Ainda mais que só tinham uns gatos pingados. Mas foi massa, a gente totalmente alcoolizado conseguiu colocar a fita-bamba. Osso foi andar, mas rolou. Bom demais!
       No dia seguinte decidimos acampar com a galera em Calvaca. A melhor idéia de toda a trip. Eram três carros para 13 pessoas. Eu e os mlk no do peixão, carlinha, juju, Iago e Bibih em outro e os mlk da 12 no carro do Catalas. Chegamos junto com o carro do Bibih, o carro to Catalas não tava na melhor das condições pra acompanhar a gente e acabou ficando pra trás. Velho, lugar irado. Perto de uma reserva, você para o carro em frente a uma ponte. Se fosse na seca, rolava de continuar na pista e passar por onde agora está o rio, parando o carro do lado da casa abandonada. Como o leito tava altão e a corrente forte, só dava pra parar longe. Mas ótimo. Pontezinha do rio que cai irada demais. Lugar muito vibes, no meião da chapada e do cerrado. Dá uma volta grande e chega no portão verde, enfim uma casa com várias coisas escritas de carvão na parede, muito morcego do lado de dentro. Lá atrás tinha um fogão a lenha. Em volta a chapada e todos os morrões, sem sinal de vida por perto, pelo menos humana. Mato altão, a galera já tava ocupando a varanda inteira. Como não estava chovendo, rolou de montar minha barraca na estrada. Os mlk tavam morto e com preguiça de montar a do Surtado. Aliás, a minha dava pra 2 pessoas apertadaço e a do Surtado era menor ainda. Eles estenderam a do Surtado e ficaram assando no sol HEHEEH. Nesses dias Peixão virou salmão.
      Ah, aí o carro do Catalas não chegou! Ficamos super preocupados e já estávamos montando uma equipe de resgate. Uma galera foi na city atrás de suprimentos e fez boa parte dos 90km de volta buscando eles. Não acharam ninguém, perguntaram para os carros que vinham se viram algum carro na pista. Todos falaram que não. Os mlks chegaram quase no fim da tarde. Como imaginávamos, o carro -que já tava mais pra lá do que pra cá - fudeu. Sumiu um pistão. Não sabia que isso era possível! Eles foram ajudados por uns caras meio mafiosos, num chrysler, que mexiam com mecânica em Teresina do Goiás. Os mlk contaram histórias hilárias, até um momento que presenciaram um carro sendo explodido com dinamite pelos loucões. Enfim, o carro ficou lá e eles conseguiram carona pra Cavalca. Foi um dia inteiro de morgação pra galera se recuperar do reveillon. O rio ficava a uns 100m, muito irado, era a fonte de vida da galera. Para tomar banho, beber água, lavar panela, fazer comida, tudo. Vidinha boa viu? Aí ficamos nisso durante todo o período. Inúmero banhos por dia, era só abrir o sol. Foda era a chuva, descobrimos uma varandinha menor lá atrás e nos alojamos. Uma barraca rotativa (a minha, já que a do surtado para nada servia além de cobertor) e um chãozinho gelado. Mas foi de boa, com o tempo as costas da galera se acostumou com a dureza. Foram dias inexplicáveis com uma galera muito vibe em um tempo sempre muito nublado e chuvoso. Finalmente no último dia abriu um sol o dia todo. Uma galera foi pro lava pés, uma minicachuzinha. Eu e Caetano conseguimos emendar as nossas fitas e colocar ela atravessando o rio!  Tipo 20m! Nunca andei numa fita tão irada e tão difícil! Ainda mais pelas condições físicas bem precárias da  galera. Quase cheguei no mosquetão do meio, já o Caretano mando ela toda uma vez! Ápice da fita, da vida. Mais tarde com a galera toda aproveitamos para catar lenha e depois subir numas árvores gigantes. Eu, Surtado e Catalas fomos na city fazer o resgate da janta e comprar um vinho e uma fiffty one. Sentamos no meio-fio e trocamos várias idéias vendo o pôr do sol na pacata praça. Ouvindo Jonh Lennon (já não aguento mais esse cd do peixão!), foi irado. Volta e meia aparecia um doido ouvindo um sertanejaço nas alturas, mas de boa., se fosse diferente não seria o Goiás. Na volta passando pela ponte finalmente conseguimos ver as estrelas! Pausa para admiração, parada incrível. Na casa rolou uma fogueirona massa com toda a galera, dessa vez sem nenhuma morgação. Quando começamos a fazer a macarronada apareceram as nuvens e a chuva, tivemos que voltar pra varanda. Foi uma noite memorável. Dia seguinte da partida, faxina geral, deixamos nossas mensagens na parede. Demos um adeus ano louva-deus que ficou a semana toda com a galera, Unicórnio até presenciou ele destroçando uma besourão. O bichinho era sagaz demais, caindo mó toró, ele simplesmente se pendurava de cabeça pra baixo na folhagem. Fizemos a limpa, Catalas foi na city tentar agilizar o esquema do guincho pra levar o carro dele. Galera do bonde dele ficou nessa treta. O Unicórnio acabou voltando com a gente. Ugo e Caetano voltaram de carona com os pais do Ugo que tavam em São Jorge, enquanto Catalas e Diguim voltam no Guincho. A galera que sobrou aproveitou para ir pra uma cachu, a São Bento. Era 10 conto pra ir na Almécegas I e II que são as mais incríveis e menos crowds, mas a galera zurou e preferiu pagar 5 pra ir só na São Bento. Fiquei chateado, mas fazer o que? Queria muito escalar o watersolo da Al-I... muito irado. Mas de buenas, lá rolou de dar umas escaladas, dar uns jumps e ainda colocar a fita em cima da água, com a ajuda do Unicórnio e da Carlinha. Ficou irado mór, literalmente surfamos! E pra finalizar a trips, um sol incrível na estrada. Com certeza ainda vou voltar pra essa casinha. Agradeço de coração a todos presentes.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Pesquisadores da Unicamp no Haiti

Muito melhor do que a cobertura das grandes corporações e da grande mídia, tem um blog de pesquisadores da Unicamp que estão no Haiti. É o
http://lacitadelle.wordpress.com/

A lógica do capitalismo globalizado mostra sua verdadeira face nessas horas. Como já afirmou Bauman sobre as consequências da globalização, "Quem for livre para fugir da localidade é livre para escapar das consequências. Esses são os espólios mais importantes da vitoriosa guerra espacial".

Para quem não ouviu o que o Consul do Haiti np Brasil falou sobre a questão, http://noticias.uol.com.br/ultnot/multi/?hashId=consul-haitiano-afirma-que-o-africano-em-si-tem-maldicao-04021B3266D4990326&mediaId=1035326



No blog o pesquisador Werner Garbers relata
"Os EUA estão mandando mais de 5 mil marines (dizem até 10 mil), obviamente muitos deles armados, dizendo que a reconstrução que buscam é a longo prazo… Também já têm o aeroporto em seu controle. Por que não priorizar 5 mil médicos, ou 5 mil litros de diesel, ou 5 mil quilos a mais de comida? Ou então 5 bi de dólares pra pagar uma fração do prejuízo que o fracasso do neoliberalismo, liderado pelos EUA, causou ao Haiti? Ou até para compensar o protecionismo de países desenvolvidos em relação a quem, economicamente, já está de guarda abaixada faz tempo?

Às vezes, penso que tantos mil soldados só podem vir pra cá para caçar, quem sabe grupos locais (os quais, onde não há presença do Estado, são naturalmente o poder existente). Pra quem quiser ajudar o Haiti, será que exise algo mais importante com que se gastar esses recursos do que investir na soberania alimentar, no combate à sede, à falta de moradia, etc, as quais já afetavam a esmagadora maioria da população antes do desastre? Desastre natural, aliás, que se agrava, na verdade, por conta de um desastre precedente, o social.

Num momento em que minha experiência no Haiti me mostrou que a natureza de muitas ocupações, “ajudas” e relações internacinais não me agradam, não posso estar otimista com o futuro politico do Haiti, apesar de acreditar muito no povo haitiano. Fico ainda mais preocupado sabendo que quem esta liderando tal movimentação é obviamente os EUA, o qual nas últimas décadas foi uma das “potências” que pressionaram infinitos países e exerceram muito dessa forma, eu diria, autoritária e doentia de se relacionar com o outro. Como disse Omar, qualquer valor monetário dado agora ao Haiti “humanitariamente” é pouco, e é, na verdade, o pagamento mínimo de uma dívida, que, ainda por cima, estão pagando de forma errada. E o Brasil parece não ter aprendido a lição que sofreu na própria pele: hoje é um dos protagonistas da intensifcação desses princípios perversos e que geram desigualdade no Haiti. Aliás, já anunciou que ficará por aqui mais 5 anos."

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Últimas 48h, início das movimentações


Sobre o Revelo o OM, vai ficar pra depois... com certeza até a roadtrip de minas em fevereiro (espero que não role nenhum imprevisto!) vou ficar muito tempo no ócio e vou conseguir lembrar e por no papel. Aliás, ócio não porque os movi já tão dando o que falar, eu estava reclamando que já estava com saudade, mas nas últimas 48h foi uma overdose de movimentos hehehe. Enfim, tudo começou quando o peixão me ligou avisando que a gente ia crowdiar a casa do imprudente, vulgo meinha.


Meinha do Demo


 Planfletagem
Foi massa, manifestantes tacaram ovos e mangas podres na casa dele, fizeram o de sempre: Reza, funeral, varal de meia (na novíssima cerca elétrica do indivíduo), aquela festa... a tiazona professora estava muito engraçada. Fizeram arte na pista, aliás acredito que foi o melhor ato, já que esse foi o único que não foi retirado. Os gambé estavam piano e até achando graça. Os vizinhos se amarrando, mas poucos desceram. Ouvi até falar que mijaram no portão do cara, mas deve ser intriga da oposição hehe. Daí, depois de muito sol na cabeça, como ninguém é de ferro, fomos ao lago paranoá tomar uma cervinha e dar um tchibum! Mó galera. Daí, pizza, cerva e samba pra apaziguar. Hoje estavam falando que cada um de nós estava recebendo 50 conto pra protestar. Nossa ri demais com a galera do comissionados. Mas realmente, nesse dia recebemos 50 conto do pai do davizão, seu bené, pra pagar nossas cervas em homenagem à luta! hiauehiaue vixe, pode esparrar não, caso de corrupção! Daí fomos pra vigília na câmara. A princípio muito tranquilo e leve, fogueirinha, papo, palha e pá. O sindpro mandou um carro de som pro dia seguinte lá... blz. Daqui a pouco chega um trio elétrico da ivete com banana de 30m e para nos fundos... já se esperava treta. Noitinha bem agradável com pessoas agradáveis, ignorando a reunião... porra chata do caralho, poucos foram objetivos sobre perspectivas do dia seguinte, sendo que a maioria ficou fazendo discurso e programando ações mirabolantes. Tinha nego querendo fazer votação pra definir se ia fazer isso ou aquilo com 20 pessoas, em nome de todas as outras 200 que iam chegar no dia seguinte. Ainda fala de povo, comédia. Martír é foda. Depois da segunda rodada de falas já não aguentava mais. Enfim, fomos dormir tardão haieuhaiuehui pior que ainda ficamos atrapalhando o sono dos outros com piadas infames. Às 6 e meia, arrudistas mothefuckers chegaram em massa, pra cumprir expediente distrital. Gritando e acordando a galera, atacaram nosso pobre caixão e o boneco do arruda. Se vê que apesar estarem sendo obrigados a defender patrão, subconscientemente aproveitam os poucos momentos possíveis para demonstrar sua indignação enrustida, atacando a imagem do meliante. heaheiuahe. Pelo menos acho que o diogo conseguiu pegar um dos fdp e salvar o que sobrou do caixão.

 Avarias

Ah, esqueci de citar, a gambezada proibiu o acesso ao GRAMADO, nosso querido campo de futebol oficial. É que o meinha, euribritz e laia estavam com medo de que o povo expropriasse a casa, aliás, expropriasse não, tomasse de volta o que lhe pertence. Enfim, visto que os gambé não fizeram nada frente aos ataques recebidos, tomamos o gramado e a rampa pra nós. Claro que não fez a menor diferença, sendo que tinha funcionários de tudo quanto é administração do DF ocupando a porra toda, enquanto a gente resistia na porta. Foi osso, a baixinha teve que ralar pra trampar, já eu tinha que buscar minha mãe no aeroporto com infímas 2h de sono. Fiquei ranzinza e xaropando todo mundo o dia todo, segundo colela. Quando voltei os pédebota tinha feito um cerco em volta da rampa, arrastado mó galera de lá.


 Falta do que fazer, truculência, incopetência, entendam como quiser
 A galera resistiu bravamente. Foram arrastados, enforcados... a cabritagem de sempre. Enquanto isso, na outra rampa os arrudistas ficavam sem nenhuma atômica por perto, engraçado mesmo. Fomos sentando em volta, no gramado a uns 5m da galera. Parada mais sem sentido do mundo esse cerco, é muito medo de estudante mesmo, não é possível. Como que íamos ocupar com 30 pessoas? Queríamos arranjar rango pra galera e não deixaram. Convocamos todos por perto pra fazer o volume em volta já que tínhamos perdido o timming de sentar na rampa.

Enfim, piada. Tinha um brother professor se exaltou mór, ficou gritando com os pm, super divertido. Hehehe. Tinha um que já estava puto, virou meu segurança particular depois que a gente ofereceu cópia do jornal que tem na capa o espancamento do buriti. Eu era um dos que estava quase colado nos cana. Aí eu ia chegando, chegando, de bandinha em bandinha. Numa desses ele ficou puto e me deu um bicudo. FDP! Ainda falou: "Quer sentar no meu colo rapá?". Se eu não me engano isso é assédio sexual, né? Ou o cara era enrustido, sei lá, muitas hipóteses. Aí a galera ficou alucinando eles... enfim, os gambé viram que eles estavam chovendo no molhado e separar a gente era totalmente sem sentido. Todos foram saindo, menos o meu segurança. Tava de tpm (sacou? T-PM) hahaiuha. Enfim, depois até ele desistiu. Daí nos reunimos em grande felicidade, enquanto isso o incopetente do operador de som da cut sumiu, famoso - deu o perdidão. Nisso, o carnaval do fica arruda estava bombando em nossos ouvidos desde cedo. Carro de som é uma MERDA, por mim os dois podiam explodir, tanto o "nosso" (na verdade da cut e dos partidin¬¬) quanto o  ivete mega-urtiga. Primeiro que elitiza o acesso ao som, não só pela dificuldade de subir e falar, que nem é tanta, mas pelo fato de abafar qualquer parada que a galera quiser fazer embaixo. Além do que a galera que tá lá em cima nem se preocupa em dialogar com a galera embaixo, além de ficarem sempre as mesmas pessoas xaropando lá em cima, sem trégua. Uma das razões que me fez desistir de participar de uma carreata foi ouvir: "Companheiros, vamos deixar o pessoal do partido ficar em cima". BANDO DE FDP. Bandeira dos partidos minusculos a gente até suporta, mas PT vir falar de corrupção? É piada mesmo. VIVA OS AUTÔNOMOS E SEM PARTIDO! Enfim, aproveite a barulheira para recuperar um pouco do sono. Daí o de sempre, ficou um cordão de isolamento dos homi entre nós + cutistas e arrudistas, aliás acho muito engraçado aqueles capacetes dos gambé. Os bixo tão a pé, a parada tá de boa, mas eles tem que ficar parecendo formiga atômica heiauheiua.

 Acordei, apesar de mal ter conseguido dormir, quando a galera do carro deu uma trégua, e conseguimos uns instrumentos. Foi a melhor parte, batuque e ciranda, melhor maneira de protestar! Descemos pra pista, galera ficou curtindo as marchinhas de carnaval do foraarruda e toda máfia. Depois de um frevo muito animado, fomos até a sede da OAB-DF, atrás do Caputo. "VEMCAPUTO!". Aproveitei pra tirar um ronco pois o chão estava geladinho, muito sol na cabeça até então, sem comida, realmente osso. Peguei no sono pesado hehehe, quando acordei já tinha rolado tudo e o cara tinha dito que ainda eram a favor do impeachment. Grande caô, mas a pressão foi feita. Daí voltamos pra câmara pra buscar o carro. Até a tia do colela estava lá e volto com a gente. Agora se recuperar que essa parada vai pegar fogo até a viagem em fevereiro, quando o carnaval chegar. Aliás o carnaval desse ano vai ser um dos melhores que Brasília já teve com o tema contra os corruptos, boa época para repensar o própria sistema que os produz ao invés de ficar personalizando na figura de candidato. Lutemos por uma real democracia, sem instâncias representativas, ou pelo menos com o mínimo possível. Dias cansativos, mas a melhor coisa a se fazer!

Uma retrospectiva de 2009:

Carnaval fora de época



Massacre do buriti
Obrigado deus, por durval
Bicicleta presente no buriti

SEM PARTIDO!

Câmara, Assembléia Popular

Carnaval da rodo


Lhes apresento o Estado
Resistência

Coronel Silva Filho, repressão em "pessoa"

Retirada dos ocupantes

MOVIMENTO AUTÔNOMO!

Mesmo após repressão, mainifestações não param

Pelo direito legítimo de livre expressão e manifestação
Fora, Congresso Nacional

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O "porque"

      Nada pra fazer no trampo.... na verdade nada não, tenho que entregar um artigo até sábado, mas não tô com o mínimo saco... vou esperar o Agenor passar com o café de novo, quem sabe tomo coragem. Estou escrevendo sobre o novo papel da imagem e dos meios de comunicação, principalmente o jornalismo, no cenário político contemporâneo, dentro do contexto de globalização. Resumindo, são todos comprados com interesses econômicos e políticos próprios, se intitulando isentos e imparciais, sendo que a própria abordagem e seleção dos fatos, bem como sua herarquização além da construção da imagem pública são totalmente mutáveis, imprecisas e enviezadas. A mídia centralizada se torna palco para disputa de imagem, se deslocando para o foco de ação da classe política, dentro do contexto de "democracia" eleitoral fudida. Então, VIVA A MÍDIA INDEPENDENTE!
Enfim, parando de falar besteira... ou continuando, resolvi escrever esse blog como diário pessoal das viagens que fiz nos últimos anos, sou muito esquecido e essa é uma maneira de me ajudar a memorizar, sem a expectativa de que alguém vá ler isso aqui... quem sabe os brothers que compartilharam esses momentos especiais.
Queria lembrar da viagem que fiz com o Mexicano e o Castor para o sul, encontrando com o Davizela, Hellen, Lu, além de ter conhecido os paula, grandes irmãos! Passamos por curitiba, ilha do mel e floripa, quando tiver com saco pra escrever eu faço... enquanto isso vamos listando...


Isso foi no dia 27, ou algo parecido, do ano 2008, no dia em que meu vovô Expeditão morreu, que o universo o tenha.
Beleza, outro irada que quero lembrar foi a viagem paga pela unb, hahaha viva a universidade, para Dourados para o 4o congresso de extensão universitária, fui com o peixão, mazoka xarope, aninha, mari... dificilmente conheci tanta gente massa de tantos estados diferentes, na verdade são poucos o que lembro o nome, tinha tanta gente que era mais fácil lembrar pela cidade e estado hehehehe. Fomos ao Paraguai também por uma tarde, exercitar nossos desejos de consumo... é realmente triste, mas vale a pena... aditivos muito baratos heheheh! Não lembro que mês foi isso,
mas foi antes das férias do meio do ano. Acho que 2009 foi um dos anos que tive mais viagens incríveis, aliás com certeza foi.
No meio do ano rolou uma épica! Eu, surtado, suquinho de maça [marola(marília)] e mundica (carola).

Minas gerais, como a ingrede resumiu. Carol escreve no diário de bordo: "querido cardeninho hj o dia foi good. tiago travou mór, marília foi pro evento e gabriel conheceu vários mendigos ". Falando nisso, so vou me aprofundar nessa viagem quando conseguir o caderninho com a carol... aliás, tenho que pagar ela, to fudido... devo o mundo a essa menina, inclusive muita cerveja. Um salve pros brother de ouro preto e conceição! Escaladas incríveis.

Vou tentar lembrar também as inúmeras idas a cocal... mas de preferência as coisas interessantes, pelo menos para mim. Duvido que alguém ainda esteja lendo meus devaneios hahaha.


Ok, se não me engano.... só mais uma trip. Dia 31 de 2009, íamos eu, Peixão, Surtado e Colela. Por problemas feminos colela bundo na hora, aih foi o MR. ANDERSON, vulgo Neo. Provavelmente, a próxima postagem vai ser sobre esse dia, pois ainda tenho certas coisas frescas na memória. Foi incrível, encontramos o Bibih, Unicórnio, Diguim, Caretano, Iago, Carlinha, Juju, Victor e Ugo... Uma ida a São jorge terminou no paraíso, Cavalca com mó galera, do melhor jeito possível, no meio da chapada, numa singela varanda, ao lado de um rio... fazendo rango, cagando no mato, tomando banho e bebendo água do rio, fita bamba sobre a correnteza... enfim, perfeito. Não teve nenhuma câmera, mas tá tudo na memória.
Ah, vi o filme Loki sobre Arnaldo Batista na casa do Cris, foi meu primeiro contato mais profundo com mutantes, desde então tenho ouvido constantemente... muito bom, demais! Por isso resolvi por esse nome, uma ode ao inexplicável, ao desconhecido, ao rejeitado, ao segregado e à resistência!
Ah, tive uma idéia, acho que também vou escrever sobre os momentos de nossa vã luta contra o filho da puta do governador, o dono da cidade P.O., o bairro noroeste... os meus pensamentos sobre Brasília e sua história. Cada vez mais me apaixono pela história totalmente desconhecida que essa cidade guarda, muito diferente da largamente proclamada pelas vias institucionais de brasólia como uma cidade agregadora, moderna, futurística.
Bom, o café deve chegar daqui a pouco e preciso começar a terminar meu artigo.
Salve Exú por abrir as portas.